Myrlla Muniz seria revelada, profissionalmente, como instrumentista e cantora, nos festivais de música do Ceará, no final da década de oitenta. A sua voz, de sonoridade e de timbres únicos, marcou um diferencial e determinou o início de uma carreira que abrangia a música erudita e a música popular brasileira.
Myrlla Muniz encontraria no maestro Paulo Abel do Nascimento, que desfrutava de grande prestígio internacional na época, as primeiras orientações sobre música erudita. Começou então a estudar música e canto com renomados professores. Uma nova fase se inicia para ela quando, em 1988, juntamente com Nara Vasconcelos, Cláudia Leitão, Angelita Ribeiro, David Castelo, Ricardo Pereira, Duda de Cavalcanti, Ocello Mendonça, Liduíno Pitombeira, Henrique Torres e Sônia Barroso, participa do Syntagma, grupo de música antiga, barroca e nordestina, que, para Myrlla Muniz, representou um grande aprendizado e um contato mais intenso, através de recitais e viagens por todo o Brasil, com o cancioneiro popular nordestino e com as correntes musicais barrocas e eruditas contemporâneas. Myrlla descobre, assim, os elos entre a música nordestina e o barroco europeu, através das semelhanças das estruturas melódicas e harmônicas, o que seria decisivo para o futuro da sua carreira e a levaria a uma original interpretação da música popular brasileira. Participa, ainda nesse período, da Orquestra de Cordas do SESI, da Camerata da Universidade Federal do Ceará e da Orquestra Sinfônica de Fortaleza, como violista.
Myrlla, em 1990, juntamente com Ocello Mendonça, Duda de Cavalcanti e Liduíno Pitombeira, funda o Quarteto Ars Musiqua, que se propôs a divulgar a música erudita em concertos e recitais realizados em todo o País.
Sempre inquieta e buscando novos caminhos, a jovem Myrlla, em 1992, passa a residir em Brasília, formando-se como musicista na Universidade de Brasília. Como violista e cantora, Myrlla Muniz integra a Orquestra Jovem de Brasília e a Orquestra Filarmônica de Brasília, participando de apresentações e concertos no Brasil e no exterior. Em carreira solo, Myrlla Muniz faz recitais de música barroca e renascentista em várias capitais brasileiras. Ainda em Brasília, faz os seus primeiros shows e é convidada a cantar na abertura de espetáculos de importantes nomes como Paulo Moura, Wagner Tiso, Zezé Mota, Joyce, o cantor angolano Mito Gaspar e Banda Zimbo, Falamansa e outros.
Em 2002, em Fortaleza, Myrlla Muniz lança o seu primeiro CD, Pedra Rara, em show realizado no teatro José de Alencar. Realiza o lançamento do seu CD O Leite das Baleias e Outros Sertões, no Teatro da Funarte, em Brasília, em novembro de 2004. Ainda em 2004, lança em Fortaleza o CD Melodias Sentimentais com Vagner Rebouças. No mesmo ano, Myrlla Muniz participou ativamente, como cantora e atriz, do filme de longa-metragem Cine Tapuia, do cineasta Rosemberg Cariry.
Em 2005, Myrlla Muniz gravou o CD Doze Canções de Amor e um Blues Desesperado, que será lançado em várias capitais brasileiras, e produziu o DVD A Violeira, gravado ao vivo no I Festival Internacional de Trovadores e Repentistas. Ainda no mesmo ano, participou do Projeto Arte Por toda Parte, em Brasília, realizando vários shows. Em dezembro de 2005, no II Festival Internacional de Trovadores e Repentistas, no Ceará, realizou o show Cocos, Pandeiros e Ganzás, gravado ao vivo para CD e DVD.
Myrlla Muniz consegue realizar, nos seus CDs, DVDs e shows, momentos de grande beleza, aliando a originalidade da sua voz a uma técnica precisa da arte de cantar e encantar. O resultado é sempre surpreendente e chega em um bom momento, quando a música popular brasileira precisa de alma nova e de novos caminhos.
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Composição: Pedro de Sá Pereira/Ari Pavão
Deixa a cidade formosa morena
Linda pequena
E volta ao sertão
Beber a água
Da fonte que canta
Que se levanta
Do meio do chão
Se tu nasceste cabocla cheirosa
Cheirando a rosa
Do peito da terra
Volta prá vida serena da roça
Daquela palhoça
Do alto da serra
E a fonte a cantá
Chuá, chuá
E as água a corrê
Chuê, chuê
Parece que alguém
Que cheio de mágoa
Deixaste quem há de
Dizer a saudade
No meio das águas
Rolando também
A lua branda de luz prateada
Faz a jornada
No alto dos céus
Como se fosse
Uma sombra altaneira
Da cachoeira
Fazendo escarcéu
Quando esta luz
Na altura distante
Loira ofegante no poente a cair
Dá-me essa trova
Que e o pinho descerra
Que eu volto pra serra
Que eu quero partir
E a fonte a cantá
Chuá, chuá
E as águas a correr
Chuê, chuê
Parece que alguém
Que cheio de mágoa
Deixaste quem há de
Dizer a saudade
No meio das águas
Rolando também